No último domingo, fui assistir a um espetáculo musical diferente. Foi uma apresentação de rock sinfônico. A orquestra municipal de sopros de Caxias do Sul se uniu a banda de rock progressivo Apocalypse e ao coro municipal para produzir uma música indescritível. Realmente maravilhosa. Não imaginei que gêneros tão diversos poderiam produzir uma melodia tão harmoniosa e emocionante. Uma música que passa a sensibilidade e a emoção do clássico junto com a energia do rock.
Foi aí que percebi como é comum este pré-conceito que temos de pensar que o que é diferente não combina, fica estranho junto. Temos a impressão de que tudo precisa ser combinadinho e parecido. Como poderão coisas aparentemente opostas conviver em harmonia? Pois o rock sinfônico se tornou a minha metáfora para mostrar que isso não só é possível, como é real e concreto. Pois o que eu vi no palco não foram apenas gêneros diferentes que se respeitavam, mas também que admiravam um ao outro e que unidos conseguiram produzir um som ainda melhor do que aquele que produzem separados. Músicas que se completam para produzir uma música realmente completa, capaz de provocar emoções inexplicáveis e complexas.
O espetáculo de rock sinfônico foi aplaudido de pé. Eu os aplaudo de pé não só pelo trabalho fantástico, mas pelo belo exemplo transmitido por eles. O exemplo do respeito mútuo e da união capaz de proporcionar vôos muito mais altos. Em um dia marcado pelos 10 anos do atentado de 11 de setembro, um triste episódio que incentivou tanto ódio, incompreensão e desunião no mundo, foi muito bom prestigiar um espetáculo que demonstrou o contrário de tudo isso. Como disse o maestro Gilberto Salvagni “para mim, música é o contrário de violência”.
Portanto, saudemos a música, a paz e a diversidade.
Quem se interessou pode assistir um trecho do espetáculo em : http://www.youtube.com/watch?v=au0OTbOzTLI