sábado, 17 de setembro de 2011

A sinfonia da diversidade

No último domingo, fui assistir a um espetáculo musical diferente. Foi uma apresentação de rock sinfônico. A orquestra municipal de sopros de Caxias do Sul se uniu a banda de rock progressivo Apocalypse e ao coro municipal para produzir uma música indescritível. Realmente maravilhosa. Não imaginei que gêneros tão diversos poderiam produzir uma melodia tão harmoniosa e emocionante. Uma música que passa a sensibilidade e a emoção do clássico junto com a energia do rock.
Foi aí que percebi como é comum este pré-conceito que temos de pensar que o que é diferente não combina, fica estranho junto. Temos a impressão de que tudo precisa ser combinadinho e parecido. Como poderão coisas aparentemente opostas conviver em harmonia? Pois o rock sinfônico se tornou a minha metáfora para mostrar que isso não só é possível, como é real e concreto. Pois o que eu vi no palco não foram apenas gêneros diferentes que se respeitavam, mas também que admiravam um ao outro e que unidos conseguiram produzir um som ainda melhor do que aquele que produzem separados. Músicas que se completam para produzir uma música realmente completa, capaz de provocar emoções inexplicáveis e complexas.
O espetáculo de rock sinfônico foi aplaudido de pé. Eu os aplaudo de pé não só pelo trabalho fantástico, mas pelo belo exemplo transmitido por eles. O exemplo do respeito mútuo e da união capaz de proporcionar vôos muito mais altos. Em um dia marcado pelos 10 anos do atentado de 11 de setembro, um triste episódio que incentivou tanto ódio, incompreensão e desunião no mundo, foi muito bom prestigiar um espetáculo que demonstrou o contrário de tudo isso. Como disse o maestro Gilberto Salvagni “para mim, música é o contrário de violência”.
Portanto, saudemos a música, a paz e a diversidade.
Quem se interessou pode assistir um trecho do espetáculo em : http://www.youtube.com/watch?v=au0OTbOzTLI

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Às bailarinas...

Hoje, 1º de setembro é dia da bailarina. Eu, como amante do ballet clássico, não poderia deixar de falar sobre isso. Hoje é dia de homenagear pessoas muito especiais. Pessoas que são ao mesmo tempo fortes e sensíveis, doces e severas consigo mesmas. Que passam por cima de dores terríveis, pressão psicológica e muitos outros empecilhos em nome de um único motivo: o amor à dança. Um amor inexplicável a uma das artes mais belas do mundo. Muito mais do que um exercício físico, dançar é exercitar a alma.
Com a dança aprendi a superar meus medos, vencer minhas limitações. Aprendi a acreditar mais em mim mesma, pois o esforço e a dedicação são capazes de nos proporcionar a realização de feitos inimagináveis. Passei a entender perfeitamente aquele famoso ditado que diz: a união faz a força. A arte em si é apenas um dos aprendizados que a dança proporciona. Quando dançamos com amor, sentindo a música, incorporando o personagem, descobrimos a existência de uma emoção extremamente grandiosa (e maravilhosa). Sentimentos que só uma bailarina tem a oportunidade de sentir.
A mais antiga das danças, a clássica (aquela que sobrevive ao tempo), já despertou o interesse e a admiração de inúmeros personagens célebres. Entre eles está o pintor escultor Degas. Este personagem enigmático é um francês que fez diversos quadros belíssimos de bailarinas. Obras que conseguiam, simultaneamente, expressar a beleza e as dificuldades do ballet clássico. Em toda a sua vida ele fez apenas uma escultura intitulada "La petite danseuse de 14 ans" (A pequena bailarina de quatorze anos). Esta obra, com uma surpreendente riqueza de detalhes, deixou horrorizados os conservadores da época. Ela expressava a pessoa que existe atrás de toda a perfeição da bailarina.
Abaixo você pode conferir esta bela escultura, além de outras maravilhosas obras de Degas:



E como diria Nietzsche: "...E que seja perdido o único dia em que não se dançou."