Comodismo é um atraso de vida. É pior que a preguiça. É mais
duradouro. Comodismo é se conformar com o que não está bom. A situação não é
boa, mas é minimamente aceitável. Então deixa assim. É dessa forma que as
pessoas vão se acostumando, dia após dia, com a falta de felicidade. Não é que
sejam infelizes. Elas simplesmente se conformam com a ausência daquela alegria
de viver.
Sonhar é bom, mas não basta. É preciso correr atrás do que
se quer, não desistir na primeira dificuldade, não se acomodar. Quando estava
no ensino médio, tinha um cartão com um trecho de um texto de Roberto
Shinyashiki grudado na porta do meu armário. Todos os dias olhava para ele. Uma
das partes dizia assim: “se você quiser atingir uma meta especial, terá de
estudar no horário em que os outros estão tomando chope com batatas fritas.
Terá de planejar, enquanto os outros permanecem à frente da televisão.” Nunca
esqueci dessas palavras.
Vontade e dedicação são imprescindíveis para atingir
quaisquer objetivos. Dos mais modestos aos mais grandiosos. E sempre será
necessário abrir mão de algo. Eleger prioridades. A verdade é que o comodismo é
uma espécie de câncer. É silencioso, normalmente demora para ser percebido, e
vai matando, pouco a pouco, nossa felicidade. Por isso, fique atento. Quando
detectado tardiamente, o quadro pode ser irreversível.