terça-feira, 30 de julho de 2013

A linguagem do olhar

Olhares. Ultimamente ando intrigada com este sentido tão natural dos seres humanos. Um olhar diz o que? Muito mais do que qualquer palavra pois a linguagem do olhar é tão expressiva e verdadeira que não pode ser facilmente manipulada (e nem sequer calada). O modo de falar dos olhos, porém, é metafórico, subjetivo.É como uma poesia. É preciso prestar atenção, ler e reler e transpor algumas barreiras para compreendê-lo em sua plenitude.A tradução de um olhar não é uma ato objetivo e inteligível. Não é possível transpor em palavras. Ele é auto-explicativo por si só.


Há pessoa que possuem ou adquirem olhares enigmáticos. Pessoas com dons sublimes, muitas vezes não reconhecidos ou devidamente valorizados. O olhar perdido no tempo e nas notas musicais no momento da criação.Pessoas cujos olhos mostram, simultaneamente, a dor do sofrimento jamais apagado e a alegria da superação nunca abandonada.

O brilho no olhar. Este é próprio daqueles que têm convicção em seus sonhos.Aqueles que enxergam muito além das barreiras e para quem as limitações são sempre passageiras.

Há ainda os que possuem o olhar límpido como água. Olhos que resumem o seu ser.Alguns deste deixam-se revelar. Outros criam artifícios na tentativa de evitar o sofrimento que a transparência excessiva pode trazer.
A verdade é que os olhares, mais do que vistos, precisam ser sentido. Esta é a única maneira que possibilita a interpretação deste linguajar propositalmente misterioso.

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