quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O menino, o óculos e a realidade

Domingo (dia dos pais), no final da tarde, estava eu verificando meus e-mails e pensando em um bom tema para escrever no blog. Até tive algumas idéias. Mas, de repente , vejo o e-mail de uma grande amiga minha que tinha como assunto “Arnaldo Jabor”. Eu, como adoro os textos dele, imediateamente abri a mensagem. No final do texto (que é ótimo por sinal) tinha uma observação da minha amiga que dizia: “Um bom tema  para o metaforicamente falando”. E realmente é um ótimo tema. Então, resolvi escrever sobre ele.
O título do texto é “O menino está fora da paisagem”. Ele fala, com muita sinceridade e autenticidade (próprias do Arnaldo Jabor) o que a grande maioria das pessoas pensam sobre os meninos de rua e o que eles pensam da grande maioria  das pessoas. Como um convive com o outro, reage na presença do outro. O menino de rua e a grande metáfora que representa a miséria inocente. A miséria resultante  do mundo capitalista e de suas profundas desigualdades e antíteses. O menino não tem culpa de ser pobre, de estar fora da escola , de precisar mendigar por dinheiro e comida. E talvez, justamente por ele não ter culpa é que nos sentimos desconfortáveis com a sua presença. Relembramos nossa  parcela de culpa e não sabemos que atitude tomar para fazê-la desaparecer. Optamos, normalmente, pelo caminnho mais fácil, ou seja, ignorar a presença do menino. Não só a presença como a existência.  Nas palavras de Arnaldo Jabor:“Ele é um penetra, uma espécie de turista marginal”.
Quando estava mais ou menos no meio da leitura, tirei meu óculos. Ele estava sujo. Percebi que, involuntariamente, eu havia demonstrado uma ótima metáfora para esta situação. A sociedade mantém os óculos sujos para fingir que não enxerga as realidades incomodas como o menino mendigo. Deixá-lo sujo é muito mais comodo. Limpar da trabalho. Pensar e agir para resolver o problema do menino também.
Mas, é cada vez mais freqüente o aparecimento de campanhas de combate à fome e à miséria. Elas tiram e limpam nossos “óculos” e nos abrigam a prestar mais atenção nesta parcela da humanidade. Percebemos então, a miséria que vem se tornando a moral dos seres humanos, que deixam crianças morrerem em nome da permanência do sistema.
Porém, talvez ainda exista uma solução. A dica está implícita na primeira frase do último parágrafo do texto: “Ele (o menino) tem ao menos uma utilidade: estragando nossa paisagem presente, pode melhorar nosso futuro”.

2 comentários:

  1. Alanaa!
    Seu blog é muito bacana!!!
    Li alguns textos e achei muito legal!
    Vou seguir e sempre conferir os seus novos posts!!

    beijinhos
    Pri
    @prikuwer
    http://sbpri.blogspot.com/

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  2. Um dia vou comprar um livro seu, e eu vou querer um autógrafo.
    Beijos

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